domingo, 5 de dezembro de 2010

AFETIVIDADE X SEXUALIDADE

AFETIVIDADE E SEXUALIDADE

AFETIVIDADE
Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 2000, p.20) afetividade significa “Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”.
• Geralmente, o termo afetividade é usado para representar sentimentos positivos. Todavia, a afetividade também envolve sensações como raiva, tristeza, medo, dúvida, entre outros, que são inerentes ao ser humano. Afetividade também significa cuidar da relação consigo mesmo e com o outro.

SEXUALIDADE
• Sexualidade x sexo
• Sexualidade – dimensão mais ampla da experiência. É a forma como vamos ao encontro do outro, como nos relacionamos, como manifestamos nossos desejos, prazeres e formas de viver o masculino e o feminino.
• A Organização Mundial de Saúde (1975) define sexualidade como “energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas se tocam e são tocadas”.
• Sexo – Aspectos biológicos, fisiológicos e anatômicos da sexualidade. Sexo se refere ao aparelho reprodutor masculino e feminino, é aquilo que fisiologicamente e anatomicamente diferencia homens e mulheres
• A sexualidade é apresentada também como uma fonte de prazer e bem-estar, já que sua vivência produz possibilidades de expressão, sociabilidade, constituição de laços afetivos e familiares e está presente na construção de um projeto de vida pessoal e coletivo.
• Dimensão cultural – o meio cultural e social exercem influências sobre os indivíduos em relação à aprendizagem e expressões da sexualidade
• Sociedade constrói mitos, tabus, crenças, preconceitos e representações sobre a sexualidade
• Sociedade exclui o que há de mais rico nos seres humanos: as diferenças e diversidades.
• O desenvolvimento da afetividade e o da sexualidade estão intimamente relacionados: ambos são construídos pela cultura, são fatores sócioculturais,ou seja, contribuem para a construção da identidade e da singularidade de cada pessoa, formam-se a partir das vivências de auto-percepção e reconhecimento do corpo,são vivências que fazem parte da vida do ser humano desde o seu nascimento e se estendem por toda a vida.
• Adolescentes e jovens devem ser incentivados a respeitar as diferenças e a refletir sobre elas, evitando a reprodução de comportamentos de forma automática e acrítica.
• Estereótipos impostos pela mídia.
Compreendendo o adolescente
• Visão mais ampla da adolescência - espaço social que busca compreender as transformações e inserções da criança no mundo do adulto
Adolescência # Puberdade
Puberdade: Mudanças biológicas. Desenvolvimento dos caracteres secundários. Produção de hormônios sexuais.
Meninas: crescimento dos pêlos pubianos e axilares, aumento dos seios, menstruação. Capacidade de reprodução
Meninos: Crescimento dos testículos, aparecimento dos pêlos pubianos, aumento do pênis, mudança na voz, ejaculações, produção de espermatozóide. Capacidade de reprodução.
• O auto-erotismo é uma das primeiras formas de expressão da sexualidade, através da qual o adolescente irá conhecer seu corpo, suas possibilidades de prazer e desprazer. Fase dos primeiros contatos sexuais, passando também a expressar sua sexualidade através do do homoerotismo e do heteroerotismo.
• Essas formas de expressão da sexualidade são muito importantes no desenvolvimento do adolescente já que serão imprescindíveis para a consolidação de identidades, troca de experiências e quebra de tabus.
• Para o adolescente ser independente, é preciso que os pais suportem tal processo.
• A sociedade não propicia oportunidades e visibilidade aos jovens.
• Não há lugar para o adolescente na sociedade.
• Adolescência é uma conseqüência da infância, e é influenciada por esta vivência.
• Trabalhar a temática afetividade e sexualidade na adolescência implica não no controle da sexualidade, na tentativa de homogeneizar essa experiência, e sim na discussão e reflexão da sexualidade como uma dimensão fundamental da vida de todos nós, ocorrendo em cada etapa da vida de forma diferenciada, nos construindo e constituindo como seres humanos.
• Quanto mais os adolescentes encontram espaços de diálogo, mais eles vão estar seguros para conhecer seu corpo, suas formas de prazer e desprazer, aumentar sua auto-estima, e se proteger mais das situações de risco.

DIRETRIZES QUE DEVEM ORIENTAR AS DISCUSSÕES SOBRE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE:
A sexualidade é sempre uma perspectiva histórica e sócio-cultural:
• As formas como as culturas vivenciam e constroem sua relação e significados com a sexualidade e afetividade não são universais.
• Diversidade e heterogeneidade de significados e valores. Em tempos distintos encontramos vivências distintas.
• A sexualidade não é um assunto exclusivamente da vida privada: ela tem a ver com práticas culturais diversas, relações de poder, relações de gênero, gerações, concepções diversas de família, etc.
• A sexualidade não é uma cópia das relações da natureza, mas uma construção datada e compartilhada por grupos sociais distintos.
• A sexualidade é sempre uma perspectiva de cidadania:
• Falar de sexualidade é necessariamente falar de direitos.
• A sexualidade toma dimensões públicas muito importantes e muitos dos seus aspectos estão relacionados a direitos de cidadania.
• Discutir sexualidade é falar de temas relacionados aos direitos das mulheres; falar da violência doméstica e de gênero; falar dos direitos sexuais e reprodutivos; é falar de saúde; falar de políticas públicas para o coletivo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros); falar de direito a creches; falar de políticas de prevenção à DST e AIDS; é falar de aspectos fundamentais das nossas identidades
e que tem profunda relação com a organização social em que vivemos.
Discutir sexualidade e afetividade é ter compromisso com a diversidade seja de raça/cor; gênero; idade; orientação sexual; cultural:
• A sexualidade é uma dimensão da nossa identidade que envolve, uma pluralidade de significações marcadas em nossa sociedade por diferenças de raça/cor; gênero; idade; orientação sexual; cultura.
• Contudo, freqüentemente presenciamos a transformação dessas diferenças em desigualdades naturalizadas denunciadas pelo preconceito e a violência em relação a determinados grupos sociais.
• Um aspecto que deve ser constantemente refletido por nós é a freqüente imposição de formas homogêneas de experenciar a sexualidade, estipulando um padrão de normalidade que se impõe, oprimindo muitas diferenças.
• Propor-se a falar e debater sobre sexualidade, é propor-se a enfrentar uma série de preconceitos que estão arraigados em nossa sociedade, tendo como horizonte de perspectiva, a construção da autonomia dos sujeitos.
Sexualidade e prazer devem andar de mãos dadas:
• A sexualidade não é um problema. É uma dimensão fundamental das nossas identidades e através dela nos relacionamos com o mundo de forma muito intensa e recíproca.
• Muitas vezes nas formas como o tema da sexualidade é debatido, o medo e a repressão são enfatizados, desconsiderando os sujeitos que estão envolvidos na história.
Sexualidade e prazer devem andar de mãos dadas:
• É fundamental que o conhecimento que temos sobre nós mesmos, nossos sonhos, nossos desejos seja ampliado.
• O encontro com os outros - movimento fundamental para a vivência da sexualidade - exige que a gente goste de si mesmo, se respeite e possa ver o outro com abertura e segurança.
• Ter prazer não é pecado nem algo errado. É uma vontade humana de constantemente reconstruir seus caminhos para uma sociedade melhor.

CUIDADOS DOS EDUCADORES AO TRABALHAR A TEMÁTICA AFETIVIDADE E SEXUALIDADE:
• aceitar sua própria sexualidade e a dos demais;
• acreditar e pôr em prática sentimentos e atitudes de igualdade entre os sexos;
• respeitar diferenças individuais e socioculturais;
• buscar superar mitos, preconceitos e tabus sexuais.

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